Depois de quase sete décadas de trajetória, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) conquistou sua primeira sede própria para ensaiar e se apresentar. No dia 24 de março de 2018 foram abertas as portas da Sala de Concertos da Casa da Música da Ospa, primeira fase de um amplo complexo musical que contará com espaço para atividades artísticas, culturais e educacionais.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (SMARH), cedeu a área de 2.500m² no CAFF para a obra. Com o suporte da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel), do Ministério Público, da Fundação Pablo Komlós e a da sociedade civil, o projeto, feito pela AT Arquitetura, saiu do papel.
A Ospa criou um canal digital através do qual a sociedade pode contribuir diretamente. A campanha de financiamento coletivo Faça parte desta História, criada como uma plataforma online de doações, permite que a comunidade participe dessa construção e ainda receba recompensas pela parceria. Existem diversas opções de retribuições, que vão desde o nome do doador registrado no Painel de Doadores, que será colocado na entrada da Casa de Música da Ospa, até uma placa em uma das poltronas da Sala de Concertos e passaportes para a Temporada 2018.
Em 2008, a Ospa deixava o Teatro Leopoldina, local alugado, situado na Avenida Independência. Conhecido como o “Teatro da Ospa”, ele abrigou as atividades da sinfônica por 24 anos. Antes e depois disso, a orquestra contou com a parceria de diversos espaços para desenvolver as suas atividades.
As origens da Ospa estão diretamente ligadas à vida do maestro húngaro Pablo Komlós à Capital gaúcha. Ele foi convidado a dirigir algumas óperas em Porto Alegre em meados da década de 1945. Na época, as apresentações orquestrais aconteciam no palco principal do Cine Teatro Coliseu. Mas a Ospa só passou a existir oficialmente em 1950 – o primeiro concerto foi no Theatro São Pedro.
Um tempo depois, a orquestra passou a ensaiar e a se apresentar no antigo prédio da Pontifícia Universidade Católica (PUC), que atualmente é o Colégio Rosário. Posteriormente encampada pelo Governo Estadual, a orquestra ainda passaria pelo antigo Auditório Araújo Vianna (então localizado na Praça Matriz) e pelo Salão de Atos da Universidade Federal do RS (UFRGS).
Depois de 2008, quando desocupou o Teatro Leopoldina, a Ospa passou por espaços como o Palácio Piratini, o Armazém A3 do Cais do Porto, o Salão da Paróquia São Pedro, a Sala Elis Regina da Usina do Gasômetro e, por fim, a Sala de Ensaios no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), que se tornou a Sala de Concertos da Ospa.