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Meu Repertório: Guido Reinke

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Quando pensamos em uma orquestra, é comum associarmos a palavra a notas e partituras. Por trás dos diversos instrumentos que a compõem, existem pessoas, que carregam histórias para além das grandes obras interpretadas. Com a série ''Meu Repertório'', celebramos os 70 anos da OSPA, resgatando narrativas que acompanham a história da sinfônica.

O que você sonhava em ser quando criança? Astronauta? Jogador de futebol?  Guido Reinke, violista da sinfônica, almejava um espaço na OSPA. Foi com esse objetivo que ele saiu de sua cidade natal, Ivoti, rumo à capital em 1980.  Em 40 anos de OSPA, Reinke viveu momentos inesquecíveis com a orquestra, como tocar nas areias de Copacabana e presenciar um solo de um ex-aluno de violino em um concerto. Confira na entrevista abaixo as memórias e a trajetória de Guido Reinke junto à OSPA.

1. Onde você nasceu? Sempre morou em Porto Alegre?

Eu nasci em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Mudei-me para Porto Alegre em março de 1980 em busca do meu sonho, que sempre foi fazer parte da OSPA como músico. Identifiquei-me desde pequeno com a música clássica e, com minha força de vontade e esperança na bagagem, vim em busca desse objetivo que consegui realizar.

2. Como a música entrou na sua vida?

Meu incentivador no ramo da música foi meu irmão. Quando eu era pequeno, ele já tocava violão, e eu sempre ficava perto para ouvir. Em 1975, fui para Ivoti e tive a oportunidade e o privilégio de começar a estudar música clássica (viola) no período inverso. Na Escola Evangélica de Ivoti (EEI), formei juntamente com alguns colegas a Orquestra de Câmara Jovem de Ivoti.

3. Quando a OSPA passou a fazer parte da sua história?

Minha história junto à OSPA começou em Ivoti. Ainda no começo das minhas aulas de música, pude ser ensinado por um professor da OSPA.  Nosso vínculo se manteve após a minha vinda para Porto Alegre, quando ingressei na orquestra como jovem aprendiz.  Posteriormente, ingressei de forma efetiva na classe de músicos através de concurso.

4. Como é completar 40 anos na OSPA em um ano tão importante para orquestra, com o aniversário de 70 anos?

Para mim, é uma honra e enorme satisfação completar 40 anos como músico integrante da OSPA. A chegada dos 70 anos da orquestra será comemorada com muita música e muita alegria, com toda certeza.

5. Quais as melhores lembranças que você tem desses 40 anos na OSPA?

Em todo esse tempo que estive na OSPA, certamente tenho muitos momentos que ficarão guardados com bastante carinho, como a ida para o Uruguai com o concerto no famoso Teatro Solís. Outra boa lembrança foi a viagem ao Rio de Janeiro, onde tocamos em um palco nas areias da Praia de Copacabana. Em especial, também não posso deixar de registrar, foram os vários concertos de Natal Luz em Gramado. Claro que poderia me estender citando muitos outros, mas é importante frisar que cada concerto é mágico e tem sua devida importância e lembrança que ficarão guardadas em mim.

6. Tem algum concerto, algum regente ou solista que tenham marcado sua trajetória na OSPA? Se sim, por quê?

Tive o privilégio de trabalhar com o regente Eleazar de Carvalho, que foi um grande maestro e incentivador. Aprendi muito com ele na arte da música. Um solista que marcou a minha trajetória na OSPA certamente foi o Cármelo de Los Santos em um concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior (Op. 77), de Johannes Brahms. Foi em maio de 1999, esse solista me marcou muito pelo fato de eu ter sido o primeiro professor de violino dele.

7. Você tem algum projeto paralelo a OSPA, como aulas, participação em outras orquestras, etc?

No momento não tenho nenhum projeto paralelo, porém me orgulho em dizer que fui professor de violino e viola em algumas escolas de Porto Alegre, Ivoti e São Leopoldo por 10 anos.

8. Você pensa em parar de tocar? Quais são os planos para o futuro?

Nunca pensei em parar de fazer o que eu amo de verdade, que é tocar viola clássica em uma orquestra da grandeza da OSPA. Meus planos após minha aposentadoria são voltar a ensinar música e incentivar outras pessoas a serem futuros músicos.

OSPA - Orquestra Sinfônica de Porto Alegre